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Tribunal Regional do Trabalho - 9ªRegião

Tribunal Regional do Trabalho 9ª Região

Página gerada em: 19/04/2024 02:24:57

Centro de Memória retoma atendimento presencial para pesquisas e visitações

Notícia publicada em 28/03/2022
Imagem da fachada do Casarão Rio Branco, onde funciona o Centro de Memória e o principal plenário do TRT-PR
Casarão Rio Branco, onde funciona o Centro de Memória
e o Plenário Pedro Ribeiro Tavares, o principal do TRT-PR

Além do atendimento nas unidades judiciárias, outros serviços, como a visitação ao Centro de Memória, foram retomados na forma presencial, no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, e se encaminham para a normalização. Com isso, pesquisadores de áreas distintas, como Direito, Economia, História e Sociologia, entre outras, dispõem de documentação única para a produção de conhecimento sobre a realidade brasileira e, mais especificamente, do Paraná, a partir de fontes primárias documentais e orais contidas nos processos preservados pela Justiça do Trabalho.

Um destes acadêmicos é o professor e pesquisador Rossano Sczip, que estuda História Social do Trabalho no Paraná. Ele aproveitou a retomada do atendimento no TRT-PR para dar continuidade às suas investigações, utilizando o acervo do Núcleo de Gestão Documental, Arquivo e Memória (GDOC).

O historiador destaca dois aspectos sobre a preservação desses documentos históricos. O primeiro diz respeito à construção da identidade da própria Justiça do Trabalho, a partir de sua operacionalização na década de 1930. "Em um contexto político e econômico de retirada de direitos sociais e de desinstrumentalização da Justiça do Trabalho, o Memorial do TRT cumpre um papel sem igual para que conheçamos seu valor histórico", afirma.

O outro aspecto é a preservação da história da sociedade, a partir dos embates entre o capital e o trabalho. "O acervo revela também as experiências cotidianas nos locais de trabalho, o papel dos sindicatos e, inclusive, debates relacionados à questão de gênero. Pela própria especificidade da Justiça do Trabalho, os autos possibilitam acesso às falas de trabalhadores e trabalhadoras. Fornecem, ainda, subsídios para as mais diferentes abordagens e temáticas relacionadas ao mundo do trabalho no Brasil", explica.

Esta não é a primeira vez que o professor Rossano utiliza o acervo do TRT-PR para suas pesquisas. Em outra ocasião, a memória preservada da Justiça do Trabalho  possibilitou a ele escrever um dos capítulos do livro "Trabalhadores(as) do Sul do Brasil e suas lutas na Justiça". 

Selo do Memorial

Processos que eventualmente possuam valor histórico podem ser indicados por magistrados ou servidores para integrar o acervo de memória do TRT-PR. Caso o advogado ou a parte tenha essa percepção sobre determinado caso judicial, pode fazer um requerimento ao juiz dos autos para que os indique ao memorial. A partir da indicação, o processo será analisado pelos integrantes da Comissão Permanente de Análise Documental e, se reconhecido o potencial valor histórico, receberá o Selo do Memorial e passará a integrar o acervo perpétuo do TRT-PR.

A servidora Andréia Baltazar Dias, do Centro de Memória, observa que é fundamental o papel dos magistrados e servidores no processo de documentação da realidade histórica. "Nós passamos por uma Reforma Trabalhista, estamos passando por uma pandemia, tem ainda a chamada Revolução 4.0. Eu imagino que muito dessa história pode ser contada por meio de nossos processos aqui do TRT-PR”, finaliza.