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Tribunal Regional do Trabalho - 9ªRegião

Tribunal Regional do Trabalho 9ª Região

Página gerada em: 25/04/2024 13:09:22

Conheça o Arquivo-Geral do TRT-PR, que guarda 400 mil autos judiciais e documentos históricos

Notícia publicada em 16/07/2014
Arquivo-Geral do Cajuru: processos e história bem preservados
A imagem comum que se faz de um arquivo de processos judiciais e de documentos ad­ministrativos não corresponde à realidade do Arquivo Geral do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR). Quem vai ao prédio, lo­calizado no bairro Cajuru, em Curitiba, pode estranhar num primeiro momento o fato de não encontrar pilhas de papéis, nem fardos de processos nem a tão temida profusão de ácaros.

O que impressiona o visitante, logo de início, é a limpeza e a ordem do ambiente, além, é claro, da grandiosidade do espaço. São 3.330,18 metros qua­drados de área construída, o equivalente a mais de quatro quadras de futebol.


A administração e preservação dos aproximada­mente 400 mil autos judiciais, documentos administra­tivos da capital, livros de acórdãos e fichários utilizados antes da informatização do Tribunal, são realizadas pela Coordenadoria de Gestão Documental, Arquivo e Memória do TRT-PR, vinculada à Secretaria-Geral Judi­ciária. A coordenadoria foi instituída em atendimento à deliberação do Conselho Nacional de Justiça que, por meio de cooperação com o Conselho Nacional de Arquivos, implementou em 2008 o Programa Nacional de Gestão e Memória do Poder Judiciário (Proname).
Servidora, posicionada em longo corredor com estantes de aço em ambos os lados, manuseia caixa de processos arquivados. As prateleiras das estantes estão completamente ocupadas com caixas de processos.

Mais de 400 mil documentos estão indexados e preservados em centenas de estantes do Arquivo-Geral do Cajuru

O acervo do Arquivo Geral do TRT-PR compõe um patrimônio público que serve como fonte de pesquisa jurídica e histórica. “Os processos refletem um estágio da civilização, um momento político, uma situação cul­tural e até geográfica”, afirma o presidente da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos (CPAD), de­sembargador Cássio Colombo Filho.


Muitos desses processos antigos guardam docu­mentos importantes para a aposentadoria dos traba­lhadores que tiveram seus direitos garantidos através de ação judicial.


A Coordenadoria de Gestão Documental, Arquivo e Memória do TRT-PR, por meio dos setores de Curitiba e das seções de Maringá e Londrina, presta esclareci­mento às partes e advogados sobre os processos ar­quivados, bem como orienta as varas do trabalho do Paraná no arquivamento dos autos e na gestão de documentos judiciais e administrativos.


O aprimoramento da gestão documental é re­cente, mas o desembargador Cássio Colombo Filho ressalta que o TRT do Paraná já é destaque entre os regionais. Entre as ações para alcançar a excelência, o magistrado diz que, como presidente da CPAD, só ad­mite no arquivo servidores qualificados e com perfil próprio para trabalhar na área. Do contrário, “corre­mos o risco de eliminar documentos que não deve­riam ser eliminados”.


Um dos objetivos da CPAD é levar o trabalho de gestão documental para o interior do Estado. “A ideia é descentralizar o trabalho de gestão, mantendo arquivos regionais, e sempre adotar políticas de não eliminação”.


A Coordenadoria atende a normas do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do TRT do Paraná em relação à administração do acervo, incluindo entre outros procedimentos a utilização de critérios que fixam o tempo de guarda de um processo. O período varia de acordo com a complexidade da matéria abordada nos autos, podendo, por exemplo, ser de cinco anos quando se tratar de uma ação corriqueira de equiparação salarial.


Cumprido o prazo e efetuada a análise documen­tal, os autos podem ser eliminados mediante a utili­zação de critérios sustentáveis, com a reciclagem do material descartado.


No momento, devido à necessidade de análise de todos os autos e documentos do arquivo, não está ocor­rendo eliminação no TRT da 9ª Região.


Alguns processos não podem ser eliminados, como é o caso do trabalho em condições análogas à de escra­vo. Esses processos recebem tratamento especial pelos arquivos e pelo laboratório do Centro de Memória, res­ponsável pela higiene e conservação dos autos de va­lor histórico.


No arquivo permanente existem processos desde a década de 1930, que mostram a realidade das relações de trabalho durante as ditaduras militares e a dos traba­lhadores na Segunda Guerra Mundial.


Parte desse material está exposta na sede do Tri­bunal, na Sala de Exposições do Centro de Memória. Além de documentos, o acervo é composto de foto­grafias e objetos que ilustram momentos marcantes da trajetória do TRT-PR.

Grupo de 13 pessoas, incluindo servidores de carreira, terceirizados e estagiários do Arquivo-Geral em foto de corpo inteiro, sorrindo e tendo ao fundo estantes ocupadas por caixas contendo processos arquivados.

Grupo de servidores de carreira, terceirizados e estagiários do Arquivo-Geral

FUTURO -  A gestão de arquivos na era digital é uma preocupação. “O PJe, infelizmente, não leva em consi­deração a preservação documental”, afirma o desem­bargador Cássio Colombo Filho. A saída para gerir o acervo eletrônico é a microfilmagem digital, por ser o método mais seguro para se conservar arquivos digi­tais. “É o que os bancos usam”, diz o magistrado.


PROJETO HORIZONTES
- No Arquivo Geral de Curitiba existem 31 mil processos que estão arquivados proviso­riamente. Os autos estão nessa condição porque, à época em que a sentença transitou em julgado, não foi possível cumprir a execução. São casos em que não foram encon­trados bens para a penhora ou localizados os devedores.


O Projeto Horizontes visa resolver esses processos. O trabalho de resgate é feito por seis servidores com a ajuda de voluntários, magistrados e servidores aposen­tados, e com a colaboração de estudantes de Direito. Por meio de uma parceria entre o Tribunal e faculdades de Direito, os acadêmicos têm a oportunidade de estu­dar um processo do começo ao fim, além de atuarem como conciliadores antes das audiências.


Idealizado pelo desembargador aposentado Márcio Dionísio Gapski, o projeto funciona desde 2011.

Notícia publicada em 16/07/2014
Assessoria de Comunicação do TRT-PR
Fotos: Alexandre Gonçalves
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