Inaugurada UTI Neonatal do Hospital Evangélico de Curitiba
Um gesto de desprendimento, por abrir mão de bem material em prol da sociedade. Que isso seja um exemplo para que o Poder Público atente para as reais necessidades da saúde. Com essas palavras, a presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, desembargadora Marlene T. Fuverki Suguimatsu, celebrou a conduta da Sra. Elizabeth Tae Kinashi, que doou R$ 550 mil - valor decorrente do espólio de sua irmã, falecida em 2014 - para a reforma da UTI Neonatal do Hospital Evangélico de Curitiba.
A entidade, o maior hospital privado do país, atende anualmente cerca de 1,5 milhão de pessoas, sendo 90% pelo SUS (dos 548 leitos, 452 são direcionados exclusivamente ao SUS). O hospital é referência no atendimento a partos de alto risco e também a vítimas de queimaduras.
A inauguração da UTI Neonatal ocorreu nesta terça-feira (30/1) e comoveu a equipe de médicos, enfermeiros e voluntários, que convivem diariamente com as condições precárias do local e com as incertezas quanto ao futuro da instituição. O Hospital Evangélico passa por grave situação financeira e funciona há três anos sob intervenção judicial - determinada pelo juiz Eduardo Milléo Baracat, da 9ª Vara do Trabalho de Curitiba - em razão de irregularidades e atrasos no pagamento de salários, concessão de férias e depósitos de FGTS. Desde então, a entidade vem sendo administrada por interventores nomeados pela justiça, que empregam todos os meios para manter os serviços de saúde em funcionamento e as obrigações trabalhistas em dia. A intervenção judicial decretada ocorreu a pedido do Ministério Público do Trabalho em autos de Ação Civil Pública.
Na cerimônia, o Ministério Público do Trabalho foi representado pela procuradora Patrícia Blanc Gaidex. Ainda compareceram representantes das Secretárias de Saúde do Município e do Estado.
Gesto solidário e responsabilidade
Juíza aposentada do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, a Sra. Elizabeth doou o valor do espólio em cumprimento ao desejo da própria irmã falecida. "O Hospital Evangélico está na UTI. Mas temos esperanças na nova vida que está surgindo. Peço que a população una forças para proporcionar uma nova vida a este hospital", disse Elizabeth.
A reforma propiciou ambiente renovado - troca de rede elétrica, de piso, instalação de ar-condicionado - e com capacidade para 40 leitos, o dobro do que a unidade oferecia anteriormente. A estrutura é mais espaçosa, permitindo que os pais das crianças internadas permaneçam no local com mais conforto. A médica Juliana Baratela André, Coordenadora da UTI, explicou que o sistema de atendimento aos recém nascidos de alto risco vincula-se à Rede Cegonha, estimulando a proximidade da família, para formação de vínculos. Somente o "legado dessa grande doação permitirá o dimensionamento correto que garante a integração e tratamento completos".
A UTI conta com 18 médicos neonatologistas, 12 enfermeiros e 44 técnicos em enfermagem, e oferece atendimento qualificado pelo SUS.
O atual interventor, o administrador Ladislau Zavadil, ressalta que a situação do hospital ainda é muito difícil, com uma dívida de R$ 500 milhões. Segundo o gestor, os empresários devem demonstrar maior interesse em investir na instituição, que depende cada vez mais de doações, como a realizada pela Sra. Elizabeth.
A atuação de Ladislau Zavadil vem cumprindo o propósito da intervenção judicial: a de proporcionar ao Hospital Evangélico uma gestão responsável e equilibrada. A desembargadora Marlene Teresinha Fuverki Suguimatsu enfatizou que 80% dos débitos trabalhistas estão solucionados. Mais de 70 milhões já foram pagos aos ex-empregados e aos principais credores da Sociedade Evangélica; e as obrigações trabalhistas atuais estão em dia.
A magistrada frisou que o hospital funcionará sob o sistema de intervenção judicial "até quando a Justiça do Trabalho tiver certeza de que alguém tenha condições e responsabilidades para assumir a entidade", concluiu.
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