A exposição `Comércio e a Justiça do Trabalho' pode ser visitada até setembro no TRT-PR
O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR) inaugurou uma exposição que visita o passado do comércio paranaense e sua relação com a Justiça do Trabalho. A mostra inclui móveis e outros objetos do início do século passado utilizados no comércio e processos de valor histórico envolvendo trabalhadores e comerciantes. Também estão expostos quadros da artista plástica Miriam Martins, pinturas que mostram pontos conhecidos da cidade de Curitiba. A exposição "Comércio e a Justiça do Trabalho" foi aberta no dia 23 de maio e poderá ser visitada até setembro. A mostra está no Centro de Memória do TRT-PR, localizado na Alameda Doutor Carlos de Carvalho, 528, no centro de Curitiba. A visita é de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h.
Os objetos históricos, como caixa registradora, etiquetadora manual e manequins, foram fornecidos pelo Mercado das Pulgas e pelo Museu do Comércio do Sesc. Algumas imagens foram fornecidas pela Casa da Memória da Fundação Cultural de Curitiba, Museu Paranaense, Sindicato dos Empregados no Comércio de Curitiba (Sindicom) e Associação Comercial do Paraná (ACP).
"Sou filho de comerciante, lá de União da Vitória. Meu pai é comerciante desde a adolescência. Tem mais de 70 anos 'de balcão'. As lições que aprendi com meu pai foram valiosas para o exercício da magistratura. As circunstâncias que envolvem a atividade comercial não são estranhas à atividade judiciária. Esta sensibilidade é absolutamente fundamental para o comerciante e para o julgador", declarou o presidente do TRT-PR, desembargador Célio Horst Waldraff, na solenidade de inauguração da mostra.
Os novos tempos e o futuro também foi tema da fala do vice-governador do Paraná e presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio-PR), Darci Piana. "É natural que tenhamos evolução. O mundo mudou muito e muito rápido e muita gente se perdeu no caminho", disse o vice-governador, referindo-se às grandes lojas paranaenses que, não se adaptando às mudanças, fecharam as portas ao longo das últimas décadas, como Hermes Macedo e Disapel. Ele ressaltou que uma das poucas exceções é a Casa Glaser, com mais de 100 anos de atividade. O convidado também falou sobre o vínculo entre o comércio e a Justiça do Trabalho. "70,2% dos empregos no Paraná passam pelo nosso sistema: são mais de 2,1 milhões de pessoas. Essas relações de trabalho, muitas vezes, têm o Judiciário como ponto de apoio".
O evento teve a participação do desembargador Valdecir Edson Fossatti, membro do Comitê de Documentação e Memória do Tribunal, que falou sobre a importância de 'revisitar o passado para decidir sobre o futuro. "A luta de classes sempre existiu e não vai deixar de existir. Muito em breve teremos a luta entre a inteligência artificial e o ser humano".
Vitor Rodrigues Fidalgo, do Mercado das Pulgas, loja de antiguidades em Curitiba, também compôs a mesa de honra da solenidade. A evolução tecnológica também foi abordada por ele, em entrevista após o evento. O comerciante declarou que, nos dias atuais, é muito fácil fazer compras pela internet. É possível, destacou, pegar o celular e comprar qualquer coisa. Porém, comprar presencialmente é uma experiência mais atraente. "Ser atendido por uma pessoa, conversar com o vendedor, tocar nos produtos à venda. Comprando pela internet, declarou, as pessoas perdem essa oportunidade".
A artista plástica Miriam Martins estava presente na abertura da mostra. Agradeceu ao Tribunal por expor as suas obras. A procuradora aposentada pinta quadros desde sua infância e há 50 anos expõe suas obras. Sua produção é de aproximadamente 900 quadros, tendo vendido 700, no Brasil e no exterior.
Texto: Gilberto Bonk Junior /Ascom TRT-PR
Artes: Emanoelly Maidell de Souza / Ascom TRT-PR, com supervisão de Joel Gogola / Ascom TRT-PR