Tribunal Regional do Trabalho - 9ªRegião

Aberta exposição sobre trabalhador rural no Centro de Memória

Aberta exposição sobre o trabalhador rural no Centro de Memória

A presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná, desembargadora Rosemarie Diedrichs Pimpão, abriu a exposição “Os trabalhadores rurais e a Justiça do Trabalho”, hoje (quinta-feira, 07/03), durante o seminário e oficina pedagógica “Gestão do Tempo e da Forma no Processo”.

Na oportunidade, a magistrada lembrou que nos quase 72 anos de existência da Justiça do Trabalho no Paraná e no Brasil, a predominância demográfica rural só foi ultrapassada nas duas últimas décadas. Segundo ela, a importância, contudo, do setor primário de nossa economia, subsiste. O agrononegócio, que alimenta o nosso povo brasileiro e é prevalente na pauta de exportações do país, é uma característica da brasilidade. Finalizou seu pronunciamento citando uma dupla de cantores: "nos anos 70, uma dupla de cantores e compositores emocionou nosso país com versos muito simples, como soem escrever os artistas populares, que prestam reverência às mulheres e aos homens sertanejos do Brasil. É com alguns daqueles versos emblemáticos, de Dom e Ravel, que encerro minha saudação, enunciando: 'obrigado ao homem do campo, o boiadeiro e o lavrador. Ao patrão que dirige a fazenda, ao irmão que dirige o trator.'"

A seguir, o desembargador aposentado Pretextato Pennafort Taborda Ribas Neto proferiu palestra sobre a sindicalização do trabalhador rural. O magistrado lembrou que, durante as décadas de 1950 e 1960, a maioria da população trabalhadora estava no campo. Naquela época, segundo ele, aconteceram grandes modificações no Brasil. Nos anos de 1963 e 1964, período em que o ministro Amaury Silva esteve à frente da pasta do Trabalho, foram criados cerca de dois mil sindicatos rurais, graças à comissão instituída pelo ministro com a finalidade de analisar a necessidade da criação de sindicatos. Finalizou a palestra dizendo: "o que aconteceu de importante no período é que a Justiça do Trabalho fortaleceu-se. No Parará, foram criadas mais unidades judiciárias na primeira instância."

A EXPOSIÇÃO
A mostra conta com 24 autos de processos trabalhistas, do período de 1979 a 1984 – oriundos da então Junta de Conciliação e Julgamento de Cornélio Procópio - tendo como partes trabalhadores das mais diversas atividades agrícolas. Integram a exposição, ainda, fotografias de diferentes acervos, como o de Jorge Takano - que retratam o trabalhador rural nas plantações de rami. Fotografias das culturas de café, trigo, algodão, cana de açúcar, milho e arroz, bem como ferramentas de trabalho, artesanato, livros sobre movimentos sociais rurais estão expostos. O filme "Uraí, boca de bronze", produção e direção de Dayse Newlands, também consta da exposição. O audiovisual registra as atividades da Comissão de Trabalho e Legislação Social da Câmara dos Deputados Federais e apresenta trecho da audiência pública em outubro de 1981 para tratar dos acidentes ocorridos no beneficiamento do rami. Contém, ainda, depoimento dos deputados paranaenses Heitor de Alencar Furtado, Osvaldo Macedo e Amadeu Geara; do vereador de Uraí Severino Nunes de Araújo; do presidente do Sindicato Rural de Uraí, João Mariotto; e do secretário de Segurança e Medicina do Trabalho, Osvaldo Oushiro, gentilmente cedido pelo senhor Severino Nunes de Araújo.

A exposição poderá ser visitada, de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, no Centro de Memória da Justiça do Trabalho (prédio sede do TRT-PR – Alameda Carlos de Carvalho, 528 -  Centro, em Curitiba - Paraná). Outras informações pelo telefones (41) 3310-7741 e (41) 3310-7715.


Legenda (fotos):
1) Mesa de honra do evento: ao centro, a presidente Rosemarie Pimpão (TRT-PR), ladeada pelo vice-presidente Altino Pedrozo dos Santos (TRT-PR) e pelo palestrante Pretextato Taborda Ribas Neto

2) A partir da esquerda, o vice-presidente Altino dos Santos (TRT-PR); o primeiro presidente da Fetaep, José Lazáro Dumont; a presidente Rosemarie Pimpão (TRT-PR) e o desembargador aposentado Pretextato Taborda Ribas Neto (palestrante)

3) Professoras Inês Morikawa, Aparecida de Lima e Edna Gaspar (de Assaí) e a chefe da Seção de Memória, servidora Maria Eunice da Silva


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