Transtornos mentais relacionados ao trabalho: a importância da detecção precoce
Transtornos mentais e trabalho: a importância da detecção precoce | |
Apesar do avanço da incidência de doenças psíquicas relacionadas ao trabalho, particularmente a partir dos anos 90, ainda é uma tarefa difícil apontar nexos causais e identificar de forma clara os agentes responsáveis por esses transtornos, devido à complexidade de fatores pessoais, sociais e profissionais que contribuem para o seu desenvolvimento.
"Nós ainda precisamos de um instrumental adequado para julgar, para atribuir responsabilidade pelas consequências das doenças do trabalho", avaliou o juiz Marcus Aurelio Lopes, gestor regional do Programa Trabalho Seguro. Na esfera da concessão de benefícios pelo INSS, a identificação das causas dos transtornos mentais, segundo a advogada Amanda Meister, representante do Conselho de Recursos da Previdência Social, segue um critério que envolve o cruzamento de dados do cadastro internacional de doenças (CID) do trabalhador com o tipo de atividade econômica desenvolvida pela empresa, chegando-se a um índice de probabilidade. Ela observa que nos casos de transtornos mentais, há uma grande dificuldade de adaptação ao mercado de trabalho, após longos períodos de afastamento. A psiquiatra Tassia Lopes Muller disse que o restabelecimento da saúde é favorecido na proporção direta da detecção precoce dos transtornos, sendo fundamental agir logo após os primeiros sintomas. "É importante não ter preconceito e procurar a ajuda de um profissional, psiquiatra não é médico de louco", afirmou.
Outros palestrantes do II Encontro de Saúde Mental foram a procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ana Lúcia Barranco, que falou sobre a atuação do MPT, em especial em processos coletivos, e a psicóloga Marcia Estival, que atua como psicóloga e psicoterapeuta. |
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Vigilância Privada Durante o II Seminário de Saúde Mental, o programa Trabalho Seguro PR recebeu o apoio do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região e a Federação dos Trabalhadores em Empresas Enquadradas no Terceiro Grupo do Comércio e Empregados em Empresas Prestadoras de Serviços no Estado do Paraná (Fetravispp). O programa é coordenado pelos juízes Valéria Rodrigues Franco da Rocha e Marcus Aurelio Lopes. |
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Empresária do setor de vigilância há 30 anos, Dorothy Garcia de Oliveira defende que investir na qualidade de vida do funcionário é investir na empresa. Ela mantém integrados os setores de administração, recursos humanos e de psicologia: "Quem vai fazer a minha empresa crescer é o meu funcionário". Para o presidente da Fetravispp, João Soares, a maior pressão sobre os vigilantes acontece nas empresas financeiras, partindo dos próprios clientes. Por isso, a categoria tem desenvolvido campanha educativa para que o público em geral se identifique e compreenda a necessidade de medidas de segurança utilizadas pelos bancos. "Nos aeroportos não se vê ninguém reclamar da segurança, mas nos bancos é preciso esclarecer”, disse. |
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Notícia publicada em 22/08/2016 Assessoria de Comunicação do TRT-PR (41) 3310-7313 ascom@trt9.jus.br |